quinta-feira, 26 de abril de 2007

I (high)


Socorro, não estou sentindo nada.
Nem medo, nem calor, nem fogo.
Não vai dar mais pra chorar
nem pra rir.

Socorro, alguma alma, mesmo que penada,
Me empreste suas penas.
Já não sinto amor nem dor,
Ja não sinto nada!



(A. Antunes)







... e a vodka pura continua.

sábado, 14 de abril de 2007

SOCORRO

Socorro, eu quero descer.

E ele tava lá mostrando o que tinha me mostrado para outra pessoa.
Dói demais não ser eu.
E aquela pessoa tão sem graça, tão sem um pouco de mim, estava lá aceitando aquelas palavras e gestos.
Dói demais não poder quebrar a cara dela.

Socorro

E eu fico assim, calada, muda , não vista.
Tento sorrir, tentativa falhada.
Tento falar, só sai besteiras.
Dói demais ver que ele está longe.

Socorro

E peço as estrelas.
E peço sumir.
E peço demais.
E ele deita no colo da ninfa e se faz de rei.
E as caricias, o sorriso que antes era meu.
Dói demais ser eu.

Socorro

E ele não se importa. E ele provoca.
Eu sorrio, boba, idiota, covarde.
E me pergunto tantas vezes "Por quê?"
Ele fala, ele olha, ele me conhece.
Ele fala pra ela, fala pra ela de mim.
E eu morro.
Dói demais sentir ciumes.
Dói demais não saber.

SOCORRO, EU QUERO DESCER!

Eu não quero mais sentir.
Não quero mais ele.
Não quero mais dor.
Não quero ver isso de novo.


SOCORRO
SOCORRO
SOCORRO





... socorro :(

quarta-feira, 11 de abril de 2007

bestrafe mich.


Olhei e ele me olhou.
Sorri e ele sorriu de volta.
Me perdi nos pensamentos e pego um sorriso disfarçado no meu rosto.
Olho e ele também sorri.
Disfarço e tento não parecer querendo ir até ele para lhe beijar.
Está tudo escondido. Estamos escondidos. E ninguém sabe.
Entre vodka, risadas, olhares.... provocações! Ah me provoca, me tente!
E ninguém sabe, mas sente.
Carinhos publicos e visiveis. Eu sorrio.
Risadas, olhares, pensamentos, frases, verbos, palavras, sí - la - bas.
Cada passo, cada jeito, cada peça... se dispersando.

As pernas começam a ficar fracas.
O estomago se desmonta.
O coração acelera.
O cérebro explode num desejo e uma alegria.

Torpor.

E eu não queria.
Eu não precisava.
Mas eu não aguento, ele está lá e está me olhando.

Ele sente? Eu não sei. Eu sinto.
Ele vê? Eu não sei. Eu vejo.

E as pernas não obedecem.
O estômago fica vazio e ao mesmo tempo cheio.
O coração acelera mais ainda a ponto de senti-lo.
O cérebro desconhece qualquer coisa que seja dita, vista ou sentida.

Torpor eterno.

E eu não queria.
Eu não precisava.E tudo que é dito é feito. É vivido. E confuso.
Ele sabe. Ele me castiga.
Eu o quero. Ele sabe. Eu sempre quero. Ele não sabe.
Eu sinto. Ele sabe. Eu sempre sinto. Ele não sabe.

Me aquece. Me ajuda. Me anima.
Me vicia... demais.





Você é minha droga. DROGA!



Gráficas e Tubérculos

Eu juro que eu gostaria de poder inventar uma máquina que me fizesse levar para um lugar estranho e inexato.
Onde o tempo não importa, as palavras não importam, as coisas não importam. As pessoas só saberiam sentir. Tatear informações, conversar por olhares, sentir o cheiro de cada pessoa e amá-las de qualquer forma.
Onde tudo seria simples e perfeito. Não haveria confusão. Saber o que a outra pessoa pensa, todos estarem conectados entre si através do pensamento. E nada seria ao acaso, tudo teria um porém. Um jeito. Uma forma.
Onde o amor não seria o "x" da questão. Não seria esse caminho inexato e inconsequente. Não sentiriamos pelo coração. Viveriamos pela razão. Sentiriamos pelo cérebro. Bem simples e perfeito.




Mas nem tudo é perfeito nesse mundo que vivo. Nesse mundo radical onde as pessoas não falam! Por que as pessoas não falam? Por que deixam de falar o que sentem, o que pensam?

Por que tudo é uma incognita?


Por que VOCÊ é uma incognita?